A Petrobras anunciou nesta quarta (8/9) que colocou à venda os campos de Uruguá e Tambaú, em águas profundas da Bacia de Santos, dos quais detém 100% de participação. A venda inclui um gasoduto de 174 km de extensão que liga Uruguá até a plataforma fixa de Mexilhão (PMXL-1), em águas rasas de Santos.
— A Petrobras estima que existam 308 milhões e 6 milhões de barris de óleo in place em Tambaú e Uruguá, respectivamente.
— A produção dos campos, no ano de 2020, foi de aproximadamente 5 mil barris/dia de óleo e 918 mil m3/dia de gás.
— A produção das áreas é feita por meio do FPSO Cidade de Santos, instalado em lâmina d’água de aproximadamente 1.300 metros.
— A capacidade de produção do navio-plataforma é de 25 mil barris de óleo e 10 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.
— O gás natural é escoado até a PMXL-1, e de lá segue por outro gasoduto até a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em operação em Caraguatatuba (SP).
— A transação também contempla a opção da celebração de contrato(s) de compra e venda de óleo e gás com a Petrobras, o que permitirá ao comprador a venda da sua produção.
O Brasil precisa aumentar rapidamente a sua capacidade de fornecimento de gás natural e ser capaz de despachar toda a sua potência de geração térmica para conseguir superar o gap de 5,5 GW estimados pelo ONS para os meses de outubro e novembro.
— A avaliação é de Gabriel Dufflis, analista líder para o Brasil na consultoria Wood Mackenzie, e faz parte de um relatório divulgado nesta quarta-feira (8/9).
— “Foi proposto um conjunto de medidas destinadas a aumentar as importações de eletricidade, gás natural e GNL para reduzir esta lacuna. É realmente importante compreender se os vizinhos têm a capacidade real de ajudar, uma vez que cada megawatt adicional conta”, comenta.
— Isso porque o Brasil não está sozinho na crise. Argentina e Chile também devem ter a produção de energia a partir da fonte hídrica reduzida. por conta da baixa dos reservatórios das hidrelétricas.
— Os analistas da Wood Mackenzie apontam que o balanço energético brasileiro será extremamente apertado e que é preciso entender os movimentos dos países vizinhos para ver se a conta fecha.
— “Os volumes totais dependerão da forma como a Argentina irá lidar com a falta de produção hidroelétrica. Se o país quiser honrar o seu acordo firme com os chilenos, exportará eletricidade gerada com base em óleo e gás ou fornecerá agora sinais de preços de gás para estimular a atividade de perfuração durante o verão”.
— Apontam ainda que a cotação do GNL no mercado spot global pode ser uma oportunidade para produtores bolivianos renegociarem melhores condições com players brasileiros.
Para o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, o Brasil vai “passar raspando” sem racionamento de energia elétrica neste ano, mas pode sofrer apagões involuntários em horário de pico.
— Segundo Kelman, as medidas de gerenciamento de oferta e demanda estão corretas, mas a comunicação precisa ser reforçada, para ter a adesão da população.
Fonte: epbr